02/12/2021 10:21:00

Conheça 5 marcas brasileiras que foram um fracasso e saíram de cena

Confira:

Por oatual.com.br

Gurgel BR 800: um dos modelos mais icônicos entre as marcas brasileirasDivulgação

Gurgel BR 800: um dos modelos mais icônicos entre as marcas brasileiras

A Gurgel estará para sempre nos corações dos apaixonados por carros. O projeto ousado de um empresário ambicioso começou como um projeto de faculdade que contrariava as imposições do sistema: criar um carro 100% nacional ao fim da década de 60. Ao longo de seus 25 anos de vida entre as marcas brasileiras, a Gurgel produziu mais de 40 mil veículos. No início dos anos 90, sofreu com a concorrência das multinacionais, encerrando as atividades em 1993.

1 – DoniRosset

DoniRosset: motor de Dodge Viper com mais de 1.000 cv de potência temperam a receita que nunca saiu do fornoDivulgação

DoniRosset: motor de Dodge Viper com mais de 1.000 cv de potência temperam a receita que nunca saiu do forno

Você compraria um superesportivo brasileiro de R$ 2 milhões que bebe apenas etanol? Este era o plano da marca nacional DoniRosset, do empresário William Denis Rosset. O projeto, que viu a luz do dia apenas em 2012, surgiu de forma despretensiosa, quando William fez um desafio ao designer Fernando Morita (ex-Volkswagen). A intenção inicial era projetar um esportivo nacional para presentear seu pai, ao qual a marca faz um tributo no nome. E dos rascunhos de Morita foram esculpidas as primeiras linhas do DoniRosset, o supercarro brasileiro com motor 8.4 V10, de 1.007 cavalos, do Dodge Viper.

 

O motor foi instalado com sucesso, mas o carro não anda. Trata-se apenas de um protótipo para apresentar a viabilização do projeto. Em 2012, William Rosset afirmou que tinha mais interessados do que sua produção poderia suportar. O único protótipo foi feito de forma artesanal, e levou 35 mil horas para ser concluído, conforme a fabricante. Infelizmente, até o momento, o DoniRosset não viu a luz do dia. Os envolvidos no projeto chegaram a comentar a possibilidade de montar um esportivo menor e mais racional, mas aparentemente, os planos esfriaram.

2 – Rossin-Bertin Vorax

Rossin-Bertin Vorax: o projeto arrancou elogios até do dono da KoenigseggDivulgação

Rossin-Bertin Vorax: o projeto arrancou elogios até do dono da Koenigsegg

Imagine como seria uma drag race entre dois superesportivos nacionais? Isso seria possível se o DoniRosset andasse e o Rossin-Bertin Vorax, atração do Salão do Automóvel de São Paulo de 2010, tivesse ido pra frente. O Vorax surgiu da mente do designer Fharys Rossin, que esteve envolvido na concepção da nova geração do Camaro, e o empresário Júnior Bertin, dono da importadora Platinuss.

Porém, nesta corrida fictícia, o Vorax ficaria bem atrás do DoniRosset. Ele integrava o motor V10 de 570 cv da BMW, mesmo que sua base levasse os mesmos materiais utilizados pela Ferrari F430. Três protótipos foram feitos (dois cupês e um conversível), sendo que apenas os dois primeiros chegaram a rodar em testes. A marca diz que o Vorax atingiu 280 km/h.

E não foi só o público que ficou maravilhado com a exposição do Vorax no Salão de São Paulo. Christian Von Koenigsegg, fundador da montadora Koenigsegg e pai dos motores mais potentes do mundo, ficou impressionado com o projeto. Além de visitar a fábrica da Rossin-Bertin em São Caetano do Sul (SP), ofereceu seus motores para a marca brasileira. Até hoje, esta foi a única vez que a Koenigsegg cogitou instalar seus motores em carros de outra marca. Que moral!

3 – Hofstetter

Sim, o Brasil também tem esportivo com “asa de gaivota” e ele atende pelo nome de Hofstetter. Quando tinha apenas dezessete anos, Mario Richard Hofstetter sonhava com um esportivo nacional. Era grande fã dos projetos italianos, com linhas retas e bem demarcadas por vértices. De acordo com Hofstetter, os esportivos que serviram de inspiração foram os emblemáticos Alfa Romeo Carabo e Maserati Boomerang.

Olhar para o Hofstetter traz diversas sensações. Ele lembra bastante o DeLorean, com seu design futurista e ousado. O cluster, cheio de luzes e cores, parece ter saído da série A Super Máquina dos anos 80. O nosso colunista Renato Bellote chegou a andar em uma das pouquíssimas unidades feitas pela Hofstetter em 2009. O vídeo é antigo, mas dá para matar um pouco da vontade de ver o esportivo nacional da asa de gaivota acelerando.

4 – JPX Montez

JPX Montez: o péssimo entendimento entre a marca e as concessionárias foi um dos motivos da falênciaDivulgação

JPX Montez: o péssimo entendimento entre a marca e as concessionárias foi um dos motivos da falência

Muito antes da fortuna absurda e dos escândalos recentes, Eike Batista se aventurou no mundo dos carros nacionais. A grande aposta da JPX foi a concepção de um jipinho, aproveitando o fato de que a produção do Willys havia sido interrompida dez anos antes, em 1982, e deixou uma lacuna no mercado. Pode parecer algo muito ousado, mas o JPX chegou a vencer comparativos de época na imprensa especializada, ficando à frente do competente Toyota Bandeirante.

O JPX Montez ganhou o mundo, e chegou a ser atração do Salão de Paris de 1994. Teve até uma imagem de divulgação com Luma de Oliveira, ex-mulher de Eike Batista, posando sob o capô do modelo. Uma das coisas que dificilmente seriam vistas nos dias de hoje. Com o péssimo atendimento das concessionárias e a fragilidade do projeto, a JPX foi perdendo força. Fecharam as portas em 2002, após passar um ano com a produção paralisada. Os últimos JPX saíram de fábrica com motor Peugeot. A partir daí, as coisas melhoraram e pioraram para Eike.

5 – TAC Stark

TAC Stark: procura-se! Ninguém ouve falar dele desde 2016Divulgação

TAC Stark: procura-se! Ninguém ouve falar dele desde 2016

Outro entre os projetos 100% nacionais que chegaram a ver a luz do dia e saíram de cena. O TAC Stark surgiu em 2009, no mesmo segmento em que o JPX Montez de Eike atuava anos antes. Fabricado em Joinville (SC), o modelo compacto apostava em um design mais descolado em relação ao que estamos acostumados no segmento off-road.