13/05/2020 09:42:00

Coronavírus faz indústria automotiva ter o maior tombo de sua história

Setor está enfrentando um colapso

Por Marketing Digital

A situação da indústria automobilística é uma das mais difíceis entre todos os setores da economia brasileira. A paralisação em abril de 63 das 65 empresas instaladas aqui (incluindo tratores e máquinas rodoviárias) levou a números incrivelmente baixos: apenas 1.847 veículos leves e pesados produzidos. Um número próximo a fevereiro de 1957 (63 anos atrás) quando o parque produtor mal tinha sido montado e contava apenas com sete fabricantes: Vemag (DKW), FNM, Ford, GM, Mercedes-Benz, Scania e Willys. Havia ainda a Romi (Isetta), fora dos números da Anfavea, por não ser filiada.

Enquanto a produção caiu 99%, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões) novos registraram apenas 55,7 mil unidades ou 77% inferiores a abril de 2019. Os números reais, no entanto, são um pouco melhores em razão das vendas feitas via internet. Como os carros não puderam ser emplacados pelo fechamento de quase todos os Detrans em razão da pandemia de Covid-19, ficaram excluídos das estatísticas, embora possam circular portando apenas a nota fiscal de compra. Alguns analistas estimam que as vendas reais possam ter sido até 40% maiores ou 70.000 unidades no mês passado. Este fenômeno está acontecendo também em maio e quando os emplacamentos forem regularizados haverá um crescimento artificial ao computar as vendas represadas.

A indústria e as concessionárias enfrentam os mesmos problemas de falta de liquidez e prejuízos se acumulam. As concessionárias estão sufocadas e pedem abertura para vendas presenciais com os devidos cuidados de higienização (oficinas estão abertas, com pouca procura). A Anfavea reconhece como necessário o rodízio ampliado na cidade de São Paulo que retira de circulação diária 50% da frota (com algumas exceções). Iniciado no último dia 11, vai até 31 de maio.

Enfrentar o segundo trimestre será um desafio enorme. Apenas em junho surgiria um alívio nas restrições ao comércio tradicional, dependendo da decisão de cada estado e município. Mesmo com ajuda da internet, não adianta produzir, sem ter para quem vender. Até lá, ficar em casa é a alternativa correta.

 

 

Fonte: https://www.uol.com.br/carros/colunas/alta-roda/2020/05/13/coronavirus-faz-industria-automotiva-ter-o-maior-tombo-de-sua-historia.htm